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Chico Mendes e sua luta pelos seringueiros e povos da floresta

Há 32 anos atrás, morria assassinado um dos maiores ambientalistas brasileiros. Chico Mendes, premiado por seu ativismo pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi morto no dia 22 de dezembro de 1988 a tiros a mando de Darly Alves, grileiro que representava tudo aquilo que Chico lutava pelo fim: a violência contra povos amazônicos e a destruição da floresta.

A luta pela justiça nos seringais foi apenas parte da luta de Chico Mendes pela humanidade. Imagem de Simon Steinberger por Pixabay.

Nascido no Acre, Chico Mendes se encontrou em meio ao violento contexto da ditadura militar e da exploração dos seringueiros. Com uma vida marcada pela pobreza, o homem que foi alfabetizado já adulto sentiu a necessidade de proteger não apenas a floresta, mas também as populações locais. Filho de seringueiros, a partir da adolescência também começou a fazer parte do trabalho que era o sustento de sua família, mas sempre se via insatisfeito com a situação de desigualdade presente na região.

Tendo como mentor o militante comunista Euclides Távora, o homem que o alfabetizou também o ensinou sobre lutas sociais e a importância dos sindicatos. Consciente do papel do sindicalismo para a melhoria de vida dos seringueiros, tornou-se secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia em 1975. Um ano depois, já estaria participando ativamente da luta contra o desmatamento, literalmente protegendo as árvores com seu próprio corpo, técnica chamada de "empate".

Além das ações feitas em prol da preservação da Amazônia, Chico também uniu indígenas, seringueiros, castanheiros, pescadores, quebradoras de coco e ribeirinhos através da criação de reservas extrativistas, unidades de conservação da natureza local e das populações que ali vivem. Com uma economia voltada para os povos tradicionais, as atividades realizadas nas reservas são todas sustentáveis, do extrativismo à agricultura de subsistência.

Em 1987, o ambientalista mais famoso do Brasil recebeu a visita de membros da ONU e decidiu fazer a denúncia de como bancos estrangeiros estavam financiando a exploração da floresta, levando a notícia ao Senado dos Estados Unidos, que fez um dos bancos financiadores, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, suspender o projeto. Como resultado de sua denúncia, o ódio por parte de fazendeiros e políticos contra o militante só aumentou, assim como as ameaças de morte. Entretanto, foi por conta dessa atitude que ele ganhou o prêmio Global 500, oferecido pela ONU, e o reconhecimento internacional como líder da luta em defesa do meio ambiente.

Após sua morte, Chico Mendes deixou como legado, com suas propostas para uma Reforma Agrária, uma contribuição para o socioambientalismo. Devido à pressão internacional, uma reserva extrativista foi criada em sua homenagem, a Resex (Reserva extrativista Chico Mendes). Sua família, com o intuito de preserva sua memória e os seus ideais, também fundaram a ONG Instituto Chico Mendes, que ajuda a desenvolver projetos socioambientais no Acre.


Para saber mais:

Documentário "Chico Mendes: Eu quero viver", do diretor Adrian Cowell

Documentário "Crianças da Amazônia", da cineasta Denise Zmekhol



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